A halitose — ou mau hálito, como é popularmente chamada — é uma realidade mais comum do que imaginamos. Segundo a Associação Brasileira de Halitose, a ABHA, cerca de 50 milhões de brasileiros têm ou já tiveram o problema.
Essa condição é difícil de ser identificada pelo paciente por causa de um fenômeno que chamamos de “fadiga olfatória” ou “adaptação olfativa”. O cérebro humano tem baixa percepção a estímulos olfatórios contínuos. Por isso, a pessoa não costuma sentir o cheiro que exala. Sendo assim, o mais comum é que as pessoas próximas a ela comuniquem a presença da halitose.
Essa fadiga olfatória, ou seja, a dificuldade de sentir o cheiro que seu próprio corpo exala, muitas vezes causa constrangimento no convívio social, seja no trabalho, entre amigos e até mesmo na família. Por conta disso, o mau hálito é um assunto que gera diversos mitos e verdades. Conheça alguns deles.
Mito ou verdade?
A pessoa com fome fica com mau hálito
Mito! Quando passamos muito tempo sem ingerir nenhum alimento (em média 3 horas), o organismo (e não o estômago) precisa de novas fontes de energia para continuar funcionando.
Ocorre que, nesse período de jejum, deixamos de consumir glicose e proteínas. Dessa forma, fazemos nosso organismo recorrer à queima de gordura como fonte de energia.
É justamente esse processo de queima de gordura que pode gerar um odor forte e desagradável, semelhante ao da acetona. Daí vem o nome de “hálito cetônico”. Portanto, nesse caso, o que gera a halitose é a queima de gordura, não o estômago vazio.
Mito ou verdade?
A “boca seca” pode causar mau hálito
Verdade! A xerostomia — ou boca seca — costuma ocorrer em pessoas que geralmente respiram pela boca ou roncam. Esse problema, aliado à redução da produção de saliva, pode ressecar a boca e descamar as células das bochechas e lábios, causando a halitose.
Mito ou verdade?
Quem diz que não consegue sentir o próprio hálito está mentindo
Mito! Como vimos acima, a fadiga olfativa faz com que o nosso nariz se adapte facilmente a qualquer odor a que seja exposto por muito tempo. Por essa razão, no caso da halitose, é comum que a pessoa passe por constrangimentos sociais sem nem imaginar.
Mito ou verdade?
Beber pouca água provoca halitose
Verdade! A água mantém a nossa boca umedecida, além de remover resíduos alimentares e evitar a formação de placas bacterianas na superfície da língua, reduzindo o surgimento do mau hálito. No entanto, é sempre válido ressaltar que essa não é a única maneira de prevenção da halitose.
Mito ou verdade?
Enxaguante bucal substitui a escovação para evitar o mau hálito
Mito! O correto é que o enxaguante bucal seja um complemento para uma higienização oral completa e adequada, acompanhada do uso de fio dental, de uma boa escovação e, se possível, de um limpador de língua.
Aliás, uma boa e frequente higienização bucal é vital para a sua saúde. Saiba mais sobre o assunto em nosso artigo: 7 mitos e verdades sobre higiene bucal.
Mito ou verdade?
Há diferentes tipos de halitose
Verdade! Existem mais de 80 causas de halitose. Elas são classificadas em fisiológicas, quando ocorrem por causas naturais — como, por exemplo, a redução do fluxo salivar durante o sono — e patológicas, causadas por problemas de saúde — como sinusite, faringite, desidratação, doenças nas adenoides, diabetes e outras patologias.
Mito ou verdade?
O mau hálito é decorrente da má higiene bucal
Mito! A falta de higiene bucal nem sempre é a causa da halitose. Uma pessoa que não cuida de sua higiene oral pode muito bem desenvolver esse problema; porém, como vimos no tópico acima, existem dezenas de causas.
Mito ou verdade?
Alterações hormonais podem causar halitose nas mulheres
Verdade! Durante a TPM, ocorre uma série de mudanças no corpo das mulheres, e uma delas é a redução da produção de saliva. Com isso, elas podem desenvolver placas bacterianas na superfície dos dentes, o que provoca o mau hálito.
Como vimos no início deste conteúdo, enfim, a halitose é um problema real e atinge mais de 30% da população brasileira. Mas a boa notícia é que ela pode ser evitada com uma boa assistência profissional.
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